domingo, 1 de fevereiro de 2015

Sniper Americano

Clint dirige um filme sobre um sniper que existiu realmente, Chris Kyle, herói de várias comissões no Iraque a seguir à invasão de 2003. Foi tido como o mais certeiro sniper da história do exército americano, com 160 mortes confirmadas e 255 prováveis.
O filme podia ser uma reflexão sobre o acto de matar. Podia. Mas não. O filme é mais uma quase apologia do herói ocidental americano em terrenos islâmicos. 
Clint podia muito bem trabalhar a complexidade moral da história real de Chris Kyle. Podia. E Clint já trabalhou tão bem a complexidade moral em outros filmes que realizou. Lembremo-nos do Gran Torino. 
O que falha no Sniper é esse esquecimento do quão escuro é o acto de matar mesmo que seja por uma causa justa. E esse esquecimento é até quase que esmagado pela causa justa dessa acção- o patriotismo. Bradley Cooper, o Kyle deste filme, é ele também um vazio em expressões que possam transmitir qualquer escuridão moral possível. 
Clint devia ter-se lembrado que a Kathryn Bigelow já fez isto muito melhor. Lembremo-nos de Hurt Locker. Devia. Clint também já fez muito melhor. Já. 

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