Quando a temática do filme é um tubarão que aterroriza as águas do rio Sena na capital de França, o resultado aguardado só pode ser do pior. E efetivamente é. Já estamos habituados a que os tubarões tenham sido retratados no cinema ao longo dos anos como seres sanguinários e implacáveis,
prontos para atacar qualquer pessoa.
Sob as Águas do Sena não foge à velha premissa. Dirigido por Xavier Gens e escrito por Sebastien Auscher e Edouard Duprey, o filme reforça a natureza predatória destes animais marinhos e quer, a meu ver, encaixar-se no género do terror: um tubarão-fêmea que consegue
atravessar canais e chegar ao famoso rio Sena, dias antes de uma prova de triatlo na capital francesa. Esta proposta é claramente ficcional, sem qualquer conexão com
possibilidades reais, partindo de fenómenos de reprodução assexuada (partogênese). É preciso uma grande entrega para se deixar levar pelo ritmo do filme que é genuinamente divertido e sem tempos mortos. Menos mal. Contudo,
Sob as Águas do Sena, é só mais um desses filmes de entretenimento que exploram a imagem do tubarão como o grande predador, devorador da especie humana. Para o sucesso nas bilheteiras deve servir. Quem nao é atraído por aquele ciclo angustiante de umas boas mordidelas de tubarao e uns quantos de braços e pernas perdidos?
