segunda-feira, 11 de agosto de 2025

The Room Next Door

Pedro Almodóvar é o mestre das cores. Cada filme seu é hipnotizante neste aspeto. E, neste seu novo filme, The Room Next Door, que lida essencialmente com a mortalidade, é impressionante como ele assume esta vertente visual e a utiliza de maneira super elegante. Estamos perante uma contemplaçao da morte e Almodovar decide reunir duas amigas que não se viam há muitos anos, em que uma delas, doente, està próxima da morte. Julianne Moore é Ingrid, uma escritora de sucesso que, quando descobre que Martha (Tilda Swinton), uma ex-correspondente de guerra, está a passar por um tratamento contra o cancro, não hesita em visitá-la no hospital, algo que, torna-se-à uma constante na vida das duas. No entanto, com o tratamento não obtendo os resultados esperados, Martha decide-se pela eutanásia (ilegal nos EUA), através de uma pílula adquirida por meios obscuros e pede a Ingrid que a acompanhe num último e idílico retiro- uma casa alugada para o seu ultimo acto em vida. As duas mulheres tornam-se entao as melhores amigas mais uma vez, com Ingrid sendo obrigada a enfrentar o medo da morte que, coincidentemente, fora o tema de seu último livro. No entanto, o que poderia ser um filme carregado de melancolia, de dor e de tristeza, o roteiro de Almodóvar é capaz de o transformar numa bela celebração da vida. Não se trata de um filme para chorar por Martha, mas sim para admirar a sua decisão e para compreender que, quando chega a hora, talvez seja melhor escolher como ir. As duas atrizes estao muito bem nos seus papeis, mas Moore e o seu olhar dao uma nova dimensão ao enredo. No entanto, os dialogos sao rigidos, muito estruturados e pouco naturais, o que nao impede a forma leve e bela como Almodovar nos apresenta o fim e a morte. 

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