domingo, 12 de abril de 2020

Milagre na Cela 7

Filme altamente promovido por tudo e todos. Decidi 'tirar' a minha tarde de domingo de Pascoa para o ver. E hoje poder avaliar. Então: O Milagre na Cela 7 é um filme turco da Netflix,  um remake de uma produção coreana com o mesmo nome. O drama (e que drama, diga-se) conta a história de Memo (Aras Bulut Iynemli), um pai solteiro com deficiência intelectual que vive numa pequena aldeia da Turquia com a filha, Ova (Nisa Sofiya Aksongur) e a avó, Fatma (Celile Toyon Uysal). Muito simpático e afável, Memo é conhecido por todos os habitantes, que sabem das suas limitações e interagem com ele e com elas. A filha, Ova, ama o pai com todas as suas forças, compreende a diferença dele perante outros pais mas sofre um bocadinho quando confrontada com comentários menos simpáticos. A vida de ambos muda quando Memo se envolve no acidente que mata a filha de um importante tenente do exército turco (Yurdaer Okur). Inundado de raiva, o tenente ordena a captura Memo e pretende executá-lo dando a ordem de pena de morte. Já sabemos que a história não é um original, mas apresenta mudanças no roteiro em relação ao original coreano. Contudo, tais mudanças não diminuem em nada o seu impacto narrativo. Filme carregado de muita sensibilidade, natural e sem exageros, conseguida por este novo roteiro turco e pela excelente fotografia. O trabalho de Iynemli também a isso permite- é uma atuação exuberante. E depois, a relaçao de Memo com a filha, preenchem o filme de grandes e bons momentos. Assim, desde o momento em que é preso, a sua historia e carácter envolvem todos os seus companheiros de cela, que aos poucos vão descobrindo a pureza, ingenuidade e inocência de Memo. Aksongur e sua interpretação humanizam todos os personagens, numa leveza que explora aspetos religiosos, fé, crença, culpa e moral social e espiritual.  A maldade é quebrada aos poucos pela bondade; a dureza acanha-se em comoção; a mágoa transforma-e em cura. E é isto. Em Milagre na Cela 7, nós choramos com todas estas sequencias. Sentimos a dor, a tristeza e a ansiedade dos personagens. Sentimos o seu alivio. As suas alegrias. E refletimos de coração cheio sobre a sensibilidade presente no lado bom do ser humano e em cada um de nós. 

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