Ontem comemorou-se, em todo o mundo, o dia internacional das lojas de discos independentes. Lojas que são muito mais do que comércio. Lojas que são verdadeiras comunidades. Como a Flur, em Lisboa, onde vão estar concentradas as celebrações oficiais.
Quase todos os países têm algumas. O espaço físico até pode ser diminuto, mas aquilo que difundem é amplo. Entra-se nelas e existe um ambiente especial, respira-se música, cultura, ideias. Entre quem está do outro lado balcão e clientes pressentem-se afinidades, comunica-se e partilha-se a paixão pela música.
A Rough Trade, em Londres, a Other Music, em Nova Iorque, a Flur e a Louie Louie em Lisboa ou a Matéria Prima, em Lisboa e Porto são alguns exemplos. Foi delas o dia de ontem.
São lojas onde se vende maioritariamente discos, mas é algo mais do que isso. Sim, é comércio. Mas é também uma forma de mostrar que são verdadeiras comunidades, numa altura em que o negócio da música está em profunda transformação, com as vendas físicas - CDs e vinil - em quebra. Mas não existiu nenhum programa nostálgico na data. Muito pelo contrário. Claro que este tipo de lojas estão a sofrer com a diminuição generalizada na vendas de CDs, com os preços agressivos das grandes superfícies comerciais e com o facto de existir uma geração que está a crescer com o debate em torno do acesso gratuito à música, mas o dia serviu essencialmente para reafirmar o papel deste tipo de entrepostos no descobrir, encorajar e distribuir música nova e estimulante.
A ideia é americana, surgiu há dois anos, e disseminou-se por todo o mundo. Hoje serão milhares a assinalar a data com concertos, sessões de autógrafos ou sessões DJ. Em muitas delas serão postas à venda edições limitadas de compilações ou singles de nomes como os Smiths, Tom Waits, Sonic Youth ou Beck.
Em Portugal, destacou-se a acção da Flur (www.flur.pt) - ao Cais da Pedra, em frente a Santa Apolónia, em Lisboa - associada oficialmente ao evento e que preparou uma verdadeira maratona de expedientes, entre as 13h e as 21h, contando com a participação de amigos, cúmplices, clientes, DJs, músicos, jornalistas ou comunicadores.
Alguns estiveram ao balcão (Isilda Sanches, Filho Único, Bandidos Desesperados), outros fizeram sessões DJ (Tiago Miranda, Nuno Lopes, Kamala, Rui Vargas, Rui Pregal da Cunha, Rodrigo Amado, D.I.S.C.O Texas) e outros tocaram ao vivo (B Fachada, Samuel Úria, Macacos do Chinês, Peter Walker, Aquaparque).
Tudo isto no contexto de outras actividades, como uma visita guiada de Joaquim Paulo (que publicou na Taschen uma selecção de capas de discos de jazz) sobre a exposição de 50 discos da sua colecção ou o leilão de um exemplar original do disco "Independança" dos GNR, com capa autografada por Rui Reininho.
Artigo de Vítor Belanciano
3 comentários:
São o meu pequeno paraíso. Quando entro numa loja de discos sou capaz de ficar lá horas...
Não sabia que também tinham um dia mundial, engraçado.
Eu sou tão cota que ainda tenho lá em casa um gira discos e discos de vinil,lol
Eheheheh, estou a brincar, não sou assim tão cota, só tenho 32 aninhos, hj é aminha filha que ouve os meus discos, Ministar, onda choc, quem não se lembra....
Enviar um comentário