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quinta-feira, 11 de setembro de 2025
quarta-feira, 20 de agosto de 2025
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
terça-feira, 12 de agosto de 2025
ROBOT SELVAGEM
Chris Sanders jà nos tinha brindado com Lilo & Stitch, How to Train your Dragon e The Croods. Agora a trabalhar com os estudios da DreamWorks e a apostar numa nova estética da animaçao, surge talvez o seu melhor filme de animaçao. Adaptado do livro de Peter Brown, o filme conta-nos a historia de um robot que acorda numa terra desabitada e passa a enfrentar os perigos e a viver na dinâmica que a natureza impõe. O robot é programado para servir e fazer aquilo que os humanos exigem dele, mas precisa adaptar-se ao ambiente selvagem que encontra para sobreviver. É então que, após um acidente em que destroi um ninho, adota Brightbill, um filhote de ganso. Começamos entao a assistir a um história sobre maternidade e inclusao. O robot, de seu nome Roz, cria Bill, mas tem dificuldade em ensinar-lhe procedimentos basicos da especie a que Bill pertence, ou seja, alimentar-se, nadar e voar. Por outro lado, enfrenta tambem dificuldades de inclusao no meio dos outros animais que habitam por ali. Mas consegue criar uma bonita relaçao de amizade com uma raposa e os três passam a constituir uma estruturada familia disfuncional. Visualmente, o filme é muito bem conseguido e està cheio de momentos criativos e com bastante humor. No que diz respeito ao tema, o filme poderia ter sido menos abrangente, pois acaba por englobar a conduta ética, ambiental e emocional, sem nunca as explorar devidamente. Porém, é de aplaudir a sua parte mais divertida e a narraçao do ciclo da vida de forma genuina, onde a bondade é a maior virtude sensorial, motora e intelectual.
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
The Room Next Door
Pedro Almodóvar é o mestre das cores. Cada filme seu é hipnotizante neste aspeto. E, neste seu novo filme, The Room Next Door, que lida essencialmente com a mortalidade, é impressionante como ele assume esta vertente visual e a utiliza de maneira super elegante. Estamos perante uma contemplaçao da morte e Almodovar decide reunir duas amigas que não se viam há muitos anos, em que uma delas, doente, està próxima da morte. Julianne Moore é Ingrid, uma escritora de sucesso que, quando descobre que Martha (Tilda Swinton), uma ex-correspondente de guerra, está a passar por um tratamento contra o cancro, não hesita em visitá-la no hospital, algo que, torna-se-à uma constante na vida das duas. No entanto, com o tratamento não obtendo os resultados esperados, Martha decide-se pela eutanásia (ilegal nos EUA), através de uma pílula adquirida por meios obscuros e pede a Ingrid que a acompanhe num último e idílico retiro- uma casa alugada para o seu ultimo acto em vida. As duas mulheres tornam-se entao as melhores amigas mais uma vez, com Ingrid sendo obrigada a enfrentar o medo da morte que, coincidentemente, fora o tema de seu último livro. No entanto, o que poderia ser um filme carregado de melancolia, de dor e de tristeza, o roteiro de Almodóvar é capaz de o transformar numa bela celebração da vida. Não se trata de um filme para chorar por Martha, mas sim para admirar a sua decisão e para compreender que, quando chega a hora, talvez seja melhor escolher como ir. As duas atrizes estao muito bem nos seus papeis, mas Moore e o seu olhar dao uma nova dimensão ao enredo. No entanto, os dialogos sao rigidos, muito estruturados e pouco naturais, o que nao impede a forma leve e bela como Almodovar nos apresenta o fim e a morte.
domingo, 10 de agosto de 2025
Maria
O filme acompanha a tumultuosa, bela e trágica história da soprano greco-americana Maria Callas, interpretada por Angelina Jolie, e considerada uma das melhores cantoras de ópera da história. Retrata especificamente o período em que Maria morou em Paris, nos anos 70, focando-se em seus últimos dias de vida. O guião de Steven Knight (autor da série Peaky Blinders) explora a fragilidade de Callas em seus ultimos dias, reclusa no seu apartamento, sofrendo de depressão, com a voz enfraquecida, fragilizada, afundada em comprimidos e visoes. O realizador chileno, Pablo Larraìn, não está tão interessado em Maria Callas como o ícone da música que foi, mas sim em Maria, a pessoa, a mulher. É interessante como o filme retrata Maria Callas praticamente como um fantasma, vagueando por Paris e assombrada pelo seu passado. Por mais que o tempo tenha passado, ela ainda permanece agarrada à vontade de ser reconhecida, com uma certa esperança de recuperar a sua voz e voltar aos grandes palcos. Viciada em antidepressivos, o filme balança entre o que é realidade e imaginação, com a fantasia a invadir a vida da protagonista. O grande problema desta obra é que, para entender as angústias de Maria Callas, seria importante compreender a grandeza dela enquanto artista. O guião de Steven Knight nunca aprofunda esses aspectos, reservando apenas algumas cenas para ela se apresentar (enquanto artista) em flashbacks. Eles são os mesmos usados estrategicamente para relembrar aspectos importantes de sua biografia e os traumas que moldaram a sua vida, como a relação tóxica com o milionário grego Aristotle Onassis. Assim, não há muita informação para o grande publico que pouco sabe da história e da carreira de Callas. Angelina Jolie regressa através de Callas ao cinema depois de alguns tempos ausente. A sua voz é misturada com performances da cantora na vida real, o que infelizmente causa alguma estranheza e nao beneficia toda a potencia da voz de Callas. Contudo, Jolie dignifica muito bem a imponência, arrogância e insegurança da personagem. O filme afunda-se demasiadas vezes em preocupaçoes técnicas e estéticas atribuindo uma certa monotonia à narrativa, que explora sempre os mesmos tópicos sem se aprofundar de forma mais sensível em quem realmente é Maria Callas. Ainda assim estamos perante um retrato honesto sobre a tragédia que é viver dolorosamente no passado.